terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Casual

Acende mais um cigarro. A porta se abre, não é Ele. O homem na outra mesa lhe parece familiar, não sabe se desde o primeiro instante ou talvez porque já tenha o observado por meia hora. Ele olha na sua direção e dá um meio sorriso. Rapidamente desvia o olhar para um dos quadros, fotos de famosos jazzistas desconhecidos estampadas por todo bar. Talvez o conheça de alguma vernissage, no início era interessante, hoje, sempre as mesmas pessoas fazendo os mesmos comentários estúpidos, talvez ele seja mais um desses... A porta se abre, é Ele. Se esforça para parecer zangada, mas a farsa se destrói no primeiro beijo. Desculpa-se. Ela perdoa. Pedem. Comem. Ele sussurra alguma coisa em seus ouvidos e se levanta. Enrubescida, espera um pouco,sorri desconcertada e O segue. A porta se abre, Ela se joga nos seus braços. Riem. Se beijam ardentemente. Se amam. Ele sai. Ela se olha no espelho e ri. Retoca a maquiagem, abotoa o vestido, ajusta o chapéu e sai. Os dois estão sentados, frente a frente. Acende mais um cigarro.

2 comentários:

Beatriz Jucá disse...

no teu texto, um tom de Markus Zusak em 'Eu sou o mensageiro'. uma vontade de ler mais e mais. entrelinhas.

Dan disse...

Concordo com a Bia (tirando a parte de Markus Zusak, pq, como jah disse, diante de vocês sou apenas mais um ser humano, burro como sou). Mas a vontad ede ler, a curiosidade, o tesão tá lá, puxando o leitor! =D