sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

porque hoje acordei Tropicalista...

Minha Senhora
Gilberto Gil
Minha senhora
Onde é que você mora
Em que parte desse mundo
Em que cidade escondida
Dizei-me que sem demora
Lá também quero morar

Onde fica essa morada
Em que reino, qual parada
Dizei-me por qual estrada
É que eu devo caminhar

Minha senhora
Onde é que você mora
Venho da beira da praia
Tantas prendas que eu lhe trago
Pulseira, sandália e saia
Sem saber como entregar

Quero chegar sem demora
Nessa cidade encantada
Dizei-me logo senhora
Que essa chegança me agrada



a Gal cantando é foda, na época em que ela era uma cantora decente é claro...


terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Casual

Acende mais um cigarro. A porta se abre, não é Ele. O homem na outra mesa lhe parece familiar, não sabe se desde o primeiro instante ou talvez porque já tenha o observado por meia hora. Ele olha na sua direção e dá um meio sorriso. Rapidamente desvia o olhar para um dos quadros, fotos de famosos jazzistas desconhecidos estampadas por todo bar. Talvez o conheça de alguma vernissage, no início era interessante, hoje, sempre as mesmas pessoas fazendo os mesmos comentários estúpidos, talvez ele seja mais um desses... A porta se abre, é Ele. Se esforça para parecer zangada, mas a farsa se destrói no primeiro beijo. Desculpa-se. Ela perdoa. Pedem. Comem. Ele sussurra alguma coisa em seus ouvidos e se levanta. Enrubescida, espera um pouco,sorri desconcertada e O segue. A porta se abre, Ela se joga nos seus braços. Riem. Se beijam ardentemente. Se amam. Ele sai. Ela se olha no espelho e ri. Retoca a maquiagem, abotoa o vestido, ajusta o chapéu e sai. Os dois estão sentados, frente a frente. Acende mais um cigarro.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"Um iê-iê-iê romântico"

“ Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Digo ao senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e ficar tristonho, e eu perdia meu sossego. Era ele estar por longe, e eu só nele pensava. E eu mesmo não entendia então o que aquilo era? Sei que sim. Mas não. E eu mesmo entender não queria”.

Grande Sertão: Veredas

João Guimarães Rosa